sábado, 30 de abril de 2011

IAPI

A prefeitura de Belo Horizonte lançou nas ultimas semanas um novo programa chamado "Adote um bem cultural'', no qual instituições privadas se juntam e financiam a revitalização de obras arquitetônicas ou espaços públicos de Belo Horizonte. O primeiro imóvel contemplado será o conjunto habitacional IAPI, que pode ser considerado um símbolo na história da arquitetura da capital.


O conjunto foi uma iniciativa conjunta da prefeitura Municipal da cidade, o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI) e a Companhia Auxiliar de Serviços de Administração (CASA) sediada no Rio de Janeiro. O contrato, datado de 29 de novembro de 1940, determinava a responsabilidade de cada uma das partes para a realização do empreendimento. À prefeitura cabia a doação do terreno e a urbanização da área, dotando- a de rede de esgoto, de água, telefônica e elétrica, assim como possibilitar o transporte urbano, na época o bonde. Ao IAPI cabia o financiamento e fiscalização

da obra. E a CASA seria responsável pelo anteprojeto, o projeto executivo, assim como a execução e fiscalização da obra. As obras tiveram início em 1944 e o conjunto foi inaugurado oficialmente duas vezes, em 1o de maio (dia do trabalhador) nos anos de 1947 e 1948, no entanto os primeiros moradores só puderam se mudar em 1951, quando, enfim, a construção ainda incompleta, oferecia condições de habitabilidade. (Parágrafo retirado da tese "O IAPI de Belo Horizonte - entre proposta social e propaganda ideológica'' de Juliana Cardoso Nery).


Inaugurado por (adivinha????) Juscelino Kubitschek, o conjunto, que completa 70 anos no dia primeiro de maio, terá as fachadas dos 9 prédios pintadas em tons de azul depois de 30 anos sem receber uma mão de tinta. O conjunto conta com 924 apartamentos, onde vivem 5.400 moradores.


Pela foto ao lado dá pra perceber o quanto o conjunto está precisando ser revitalizado. Me lembro de ter sido citado nas aulas de arquitetura no semestre que tivemos que elaborar uma construção de interesse social na região de Confins e relatos de que o local já foi bastante valorizado. Que a pintura traga outras melhorias e que o programa se estenda a outros imóveis de BH que fazem parte de sua história, porém se encontram esquecidos, e acreditem, são muitos.